19 May 2009

Fazer vinagre

Resolvemos começar a aproveitar mais os fins de semana e esquecer o sofá. No fim-de-semana que passou tivemos de ir a casa dos meus avós (leia-se Carrascal, uma aldeia perto de Cardigos, que nem sequer igreja tem. O que no Portugal mais tradicional é o mesmo que dizer que é uma aldeia mesmo muito pequena!). Quando era eu própria era pequena (não que agora seja muito grande...) lembro-me de os meus avós irem à missa a uma aldeia muito pertinho, os Vales. Enquanto a minha avó ia mesmo à igreja, o meu avô, juntamente com os outros homens, ficava na rua a conversar. Por outras palavras, era o momento social da semana. Uma fatia mínima da semana em que era proibido trabalhar e permitido dar à língua.
Hoje em dia, dar à língua é sempre permitido desde que se vão fazendo as coisas. A minha tarefa este fim-de-semana consistiu em preparar um garrafão de vinho para fazer vinagre. Dito assim até parece uma coisa muito difícil, quando na verdade basta deixar o garrafão sem rolha e deixar a natureza actuar.
À vinda para Lisboa ainda tivemos tempo de ir ao Sardoal, uma povoação já perto de Abrantes e muito maior que a terra dos meus avós. Na verdade, tem uma Câmara Municipal, uma Biblioteca e até um Centro Cultural. Digamos que é quase um oásis, megacomplexo, de cultura e lazer. De visitar é a Igreja do Mosteiro da Nossa Senhora da Caridade, um templo do antigo convento franciscano, com galilé arqueada e fachada com um nicho ladeado por dois bustos. Dignos de destaque são os altares com talha do séc. XVIII e as pinturas e arcazes da sacristia. Mas também a Igreja Matriz e até porque não dar uma volta pelo pelourinho. Digno de nota é que o meu pai nasceu em pleno concelho do Sardoal, mais precisamente em Santiago de Montalegre.

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